Com potencial 40 milhões de toneladas, ferrovia precisa de R$ 16 bi para evitar decadência

O Jacaré – Apesar de ter potencial de transportar 40 milhões de toneladas, principalmente de minérios e celulose, a ferrovia precisa de investimentos de R$ 16 bilhões para sair do atual estágio de decadência em Mato Grosso do Sul. Parcialmente desativada desde 2015, a linha férrea será relicitada após a concessão ser devolvida pela Rumo ALL há três anos.

O primeiro passo para a retomada será a audiência pública, marcada para o dia 26 em Campo Grande, para discutir os detalhes do novo leilão. A segunda audiência pública ocorrerá no dia 3 de maio em Brasília, na sede da ANTT (Agência Nacional de Transportes).

Responsável pelo desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul, quando começou a ser construída em 1905 em Bauru (SP), a ferrovia tem 1.973 quilômetros de extensão, incluindo os ramais. No entanto, o leilão prevê a entrega de 1.623 quilômetros entre Corumbá (MS) e Mairinque (SP).

A nova concessionária deverá investir R$ 18,1 bilhões em 60 anos. A maior parte do montante, de R$ 16,4 bilhões, será destinado aos primeiros sete anos para a troca de dormentes e trilhos, compra de locomotivas, reforma de pátios de manobras, entre outros.

Apesar da rodovia ser até 362% mais cara em relação a ferrovia para o transporte de fertilizantes, por exemplo, a modalidade se tornou a única opção em MS. Estudo da ANTT mostra que o custo do transporte do fertilizante por carretas é de R$ 14,84 por toneladas, enquanto por trens pode sair por R$ 3,21.

O Estado tem potencial de 35 milhões a 40 milhões de toneladas de serem transportados por ano pela ferrovia. A maior parte será composta por celulose (R$ 12,7 milhões), minério de ferro (7 milhões de toneladas), grãos (7,3 milhões), açúcar (2,4 milhões de toneladas) e combustíveis.

O transporte de combustíveis pelos vagões está suspenso há oito anos, desde 2015. Conforme estimativa da ANTT, os caminhões trazem para o Estado 30 milhões de metros cúbicos de gasolina e 56 milhões de metros cúbicos de óleo diesel.

A Malha Oeste é a nova denominação da Novoeste, concessionária entre Bauru e Corumbá. Primeira a ser privatizada no País, em 5 de março de 1996, a ferrovia passou por investidores americanos (Noel Group) e brasileiros (ALL). O fracasso custou caro ao Estado, que ficou sem um dos modais de transporte mais barato para garantir o escoamento da produção.

Atualmente, apenas pequenos trechos funcionam no Estado. Em Três Lagoas, a celulose é exportada para o Porto de Santos. O minério de ferro de Corumbá anda poucos quilômetros sobre trilhos até chegar a Bolívia.

Retomada da Malha Oeste vai exigir R$ 18 bilhões em investimentos, com ganho de R$ 23 bilhões (Foto: Arquivo) – captura de tela O Jacaré

Fonte: O Jacaré (https://ojacare.com.br/2023/04/08/com-potencial-40-milhoes-de-toneladas-ferrovia-precisa-de-r-16-bi-para-evitar-decadencia/)

Compartilhe nas Redes Sociais:

©2024 | GBMX Criando Caminhos | Todos os direitos reservados