Novo marco para ferrovias faz lembrar da malfadada Ferrovia do Frango

Ideia do corredor ferroviário que poderia passar por Canoinhas foi enterrada de vez com a Valec

A aguardada aprovação, pelo Congresso, de um novo regime de operação de ferrovias no Brasil tem potencial para destravar projetos e deslanchar ao menos R$ 25 bilhões em investimentos. Seriam trechos ferroviários construídos do zero por empresas que têm interesse em ligar novos destinos e baratear o custo do transporte de cargas.

As quatro ferrovias passam longe de Santa Catarina, o que nos faz lembrar de que até pouco tempo se discutia seriamente o início das obras de uma ferrovia que cortaria o Estado, a chamada Ferrovia do Frango. Um dos trajetos traçados poderia reaproveitar a ferrovia do contestado, desativada há mais de 40 anos, que corta a região de Porto União, Canoinhas e Mafra.

Quem acompanhou essa história, como o signatário da coluna, fica abismado ao ver que fim dessa história deu. Foram tantos os debates e tratativas, incluindo guerra de bastidores para contemplar este ou aquele trajeto, além de investimentos milionários em estudos e na construção da Valec, a estatal para tratar do assunto, criada no governo Dilma e esvaziada por Bolsonaro depois de causar um prejuízo de R$ 7 bilhões.

A última informação sobre a Ferrovia do Frango é de 2018, pouco antes das eleições. A Valec Engenharia apresentou em abril daquele ano o cronograma para a execução do projeto. A ideia era de que em cinco meses o traçado fosse definido e em até dois anos as obras começassem. Virou fumaça.

A discussão sobre o traçado da ferrovia começou em 2014 e teve participação ativa do Planalto Norte. Uma audiência pública chegou a acontecer em Canoinhas, onde se discutiu a viabilidade de se reativar a Ferrovia do Contestado como parte da Ferrovia do Frango. Essa possibilidade, no entanto, sequer foi cogitada durante a audiência no Oeste em abril de 2018. Se vingasse, a rodovia partiria do zero, pelo centro do Estado.

Pelos cálculos da Valec, quando a ferrovia estivesse em funcionamento, ao menos oito toneladas da produção catarinense deveriam passar pelos trilhos do trem. A Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina (Fiesc) acreditava que com a ferrovia, os gastos com frete seriam reduzidos consideravelmente.

Fonte:J Mais (https://www.jmais.com.br/novo-marco-para-ferrovias-faz-lembrar-da-malfadada-ferrovia-do-frango/)

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