Preço médio do minério dobra na comparação anual

De janeiro a junho, a cotação média da commodity foi de US$ 184,16 ante US$ 91,59 a tonelada no ano passado

O minério de ferro manteve a trajetória de alta no primeiro semestre. A média dos preços da principal matéria prima do aço de janeiro a junho deste ano foi de US$ 184,16 por tonelada, mais que o dobro da cotação média para a commodity observada em 2020, quando ficou no valor de US$ 91,59 por tonelada.

A expectativa de analistas é que o ritmo de crescimento deverá se ajustar no próximo semestre, mas os preços do minério com 62% de teor de ferro devem continuar elevados no restante do ano. Ontem, a commodity encerrou o mês em alta no mercado à vista, confirmando as projeções mais otimistas de que os preços seguiriam elevados no curtíssimo prazo, refletindo a demanda aquecida.

Em junho, a valorização acumulada da commodity ficou em 7,7%. Segundo a publicação especializada Fastmarkets MB, a tonelada de minério com teor de 62% de ferro subiu 0,8% no último dia do mês na China, para US$ 214,08.

Conforme a Fastmarkets, os preços da commodity foram impulsionados ontem por receios quanto ao tamanho da oferta de aço na China em 2021 – participantes do mercado levantaram dúvidas em relação ao volume que de fato será produzido neste ano, o que levou à valorização imediata dos produtos siderúrgicos, com reflexos no minério.

Em 2021, a alta acumulada chega a 33,4%. Mas a expectativa é de início de correção no segundo semestre, uma vez que os fundamentos de mercado, por mais aquecida que esteja a demanda neste momento, não justificam preços acima de US$ 200 por tonelada, na avaliação de analistas.

Para o analista do Itaú BBA, Daniel Sasson, no segundo semestre os preços do minério de ferro podem se acomodar com a produção do aço na China se “arrefecendo” e o aumento esperado da oferta da commodity de julho a dezembro. “Historicamente, os volumes de minério de ferro melhoram no segundo semestre e isso deve ajudar na acomodação dos preços”, disse Sasson.

Segundo ele, para o ano, o banco ainda não fez uma revisão das estimativas de US$ 150 a tonelada. “Mas, vemos um aumento nessa expectativa. Para termos um preço médio de US$ 150, no segundo semestre a cotação média teria que ser perto de US$ 120, o que hoje achamos muito baixo”, afirmou o analista.

Yuri Pereira, da XP Investimentos, também acredita numa acomodação do preço no próximo semestre. Segundo ele, o balanço entre oferta e demanda ainda deve ditar o ritmo de preços no período. “A volatilidade que vimos no mês de junho, com uma interferência maior do governo chinês, deve se reduzir. A demanda por aço na China ainda continua forte.”

Rafael Foscarini, da Belo Investment Research, também acredita que o segundo semestre será marcado pelo fim da volatilidade do preço do minério de ferro. Segundo ele, a expectativa é do arrefecimento da cotação da commodity de julho a dezembro em razão da oferta melhor e demanda mais ajustada. “O mercado espera que a produção de aço na China tenha um ritmo de crescimento reduzido nos próximos meses e a oferta de minério deve melhorar no período.”

Fonte: Valor Econômico (https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/07/01/preco-medio-do-minerio-dobra-na-comparacao-anual.ghtml

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