Transnordestina ligando Sul do PI ao Porto de Pecém será entregue este ano

A construção da ferrovia Transnordestina, que foi retomada em 2019, por determinação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), recebeu mais de R$ 300 milhões de investimento no ano passado e a previsão para este ano é mais R$ 400 milhões, com entrega de 160 quilômetros de grade, de ferrovia concluída, ligando Eliseu Martins ao Porto de Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Fortaleza (CE). É o que anunciou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, nesta quarta-feira (19), em entrevista exclusiva ao Meionorte.com, um dia antes de sua vinda ao Piauí para inauguração da Ponte de Santa Filomena, nesta quinta-feira (20).

A ferrovia Transnordestina liga o município de Eliseu Martins ao Porto de Pecém e ao Porto de Suape, na região metropolitana de Recife (PE), e permitirá o transporte de soja, milho, frutas e minérios produzidos nos Cerrados e no Sul do Piauí para países como a China, Europa e Estados Unidos.

“Temos interesse em tocar essa obra cada dia mais. Estamos reavaliando a concessão e agilizando os trâmites burocráticos junto à Valec. Em janeiro, aprovamos benefício fiscal de R$ 191 milhões para a continuidade da obra, que tem estimativa de custo total de R$ 6,8 bilhões”, afirmou, ao acrescentar que essa é uma das obras mais importantes.

“Recomeçamos o trabalho em 2019 entre o Ceará e o Piauí, após tratativas com o player privado CSN, que se comprometeu a investir R$ 257 milhões, de capital próprio, na concessão. Então, estamos empreendendo todos os esforços para que as obras sigam na totalidade da ferrovia. A Transnordestina trará muitos benefícios quando concluída, pois vai alavancar o escoamento da produção da região, aumentar a competitividade agrícola, dinamizar as economias locais e reduzir as desigualdades sociais. Vai possibilitar a redução nos custos de transportes dos produtos dos polos industriais, minerais e de agronegócios existentes na região”, declarou o ministro da Agricultura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Meio Norte – É a quinta viagem que o senhor faz ao Piauí durante sua gestão. Tem um carinho ou sentimento especial pelo estado?

Tarcísio Gomes de Freitas – Com certeza. É muito bom poder voltar ao Piauí para entregar obras tão esperadas pela população, fundamentais à geração de emprego e de renda, ao desenvolvimento econômico. Voltaremos sempre, tanto para acompanhar o andamento dos trabalhos que estamos realizando no estado, quando para entregar o que ficar pronto ao povo piauiense.

Meio Norte – Qual a importância estratégica da Ponte de Santa Filomena?

Tarcísio de Freitas – Essa obra começou e está sendo concluída no governo Bolsonaro, com o cronograma adiantado, ligando o sul do Piauí ao do Maranhão, bem na fronteira agrícola do Matopiba [Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia]. Com ela, estamos criando na BR-235 um corredor que muito em breve vai ligar essa região, que está crescendo muito, sobretudo o agronegócio, à Ferrovia Norte-Sul. São investimentos estratégicos porque vão encurtar distâncias e impulsionar o desenvolvimento econômico na região.

Meio Norte – Que obras do Ministério da Infraestrutura está executando no Piauí e quais são os investimentos?

Tarcísio de Freitas – É importante dizer que, frente às limitações orçamentárias, temos empreendido todos os esforços para obter recursos que garantam a continuidade de obras prioritárias pelo país, que resultem em investimentos. Um bom exemplo: em abril, na abertura da InfraWeek, fizemos a 6ª Rodada de Concessões Aeroportuárias, com a oferta de 22 aeroportos para concessão à iniciativa privada. No Bloco Central, tínhamos os terminais de Teresina, Goiânia (GO), Palmas (TO), Petrolina (PE), São Luiz e Imperatriz (MA). Esse bloco foi arrematado pela Companhia de Participações em Concessões, o que garantiu investimentos de R$ 1,8 bilhão em todo o bloco. Temos um mercado com muita capacidade de investimentos, bons projetos, grandes oportunidades. Nossa estruturação está cada vez mais sofisticada, e é bom perceber que os grupos estão enxergando isso.

As concessões nos dão fôlego para melhorar a infraestrutura de transporte, com obras estratégicas. Muitas são faseadas, feitas em etapas, mas elas prosseguem, pois entendemos que são investimentos que geram emprego e impulsionam o crescimento econômico, por meio do escoamento da produção agrícola e do incentivo ao turismo.

Em março, entregamos 52km de pistas na BR-343/PI. A BR-343 é uma rodovia de fundamental importância para a região, que pode impulsionar a economia do estado e promover o turismo dessa região. Trata-se de uma rodovia genuinamente piauiense, que começa e termina no estado. Foram revitalizados 26,9 quilômetros, entre os segmentos 305,30 e 332,20, e outros 25,1 quilômetros nas travessias urbanas dos municípios de Altos e Campo Maior. Todo o trabalho foi executado pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra), por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com investimento de aproximadamente R$ 19,9 milhões. Destacamos essa obra porque o segmento revitalizado, entre Teresina e Piripiri, é importante para as cidades que ficam localizadas no norte do estado, um corredor de ligação entre essa região e a capital, representando a principal via de acesso ao litoral piauiense, bem como a ligação com a BR-222, que dá acesso ao estado do Ceará.

Temos também os 51 quilômetros de alargamento de plataforma na BR-135/PI, no trecho entre São Gonçalo do Gurgueia e Corrente, entregues em dezembro passado. A rodovia, que apresentava uma plataforma de seis metros, foi alargada para 12 metros, gerando uma adequação de capacidade, e ganhou melhoria na drenagem, sinalização horizontal e serviços de conservação rotineira da rodovia. Intervenções que vão ampliar a capacidade da rodovia, reduzindo o número de acidentes e proporcionando mais conforto para seus usuários. A obra consolida o novo corredor logístico para escoamento da produção de grãos do Matopiba, considerada a grande fronteira agrícola nacional da atualidade, beneficiando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, desde o Sudeste até o Porto de Itaqui, no Maranhão.

Em 2020, o MInfra entregou 92 obras e 1.430,55 quilômetros de novas estradas em todo o país, incluindo no Piauí, que foi beneficiado com obras prioritárias ao setor rodoviário. Fizemos 26 quilômetros de pavimentação na BR-235/PI entre Guaribas e Caracol; onde seguimos atuando para executar o restante da extensão da rodovia: mais 82,96 quilômetros, de Guaribas até Bom Jesus, com um investimento de R$ 137.028.283,94. Só nesta BR, o investimento total chegará a R$ 219.930.952,58.

Fizemos ainda, ano passado no estado, 45 quilômetros na BR-135; 47 quilômetros na BR-222; com investimento de R$ 14,5 milhões; e mais 46,55 quilômetros de pavimentação na BR-235 – uma obra de R$ 76 milhões. Além disso, em breve, vamos avançar na construção de outras cinco pontes, entre Piripiri e Batalha, que vão finalmente concluir essas obras na BR-222.

Terminamos o ano alinhando com a bancada do estado no Congresso Nacional a garantia no orçamento 2021 dos recursos necessários para dar continuidade, neste ano, nas melhorias previstas para as BRs 343, 404, 235, 316 e 226. É uma bancada que tem atuado com muito profissionalismo, com muita diligência, com muito esforço; e isso tem feito com que a ação do Governo Federal em infraestrutura se materialize, se torne realidade e obras importantes, portanto, aconteçam.

Meio Norte – Já tem previsão de conclusão do alargamento das rodovias BR-316 e BR-343 na entrada da capital do Piauí, Teresina?

Tarcísio de Freitas – Essas BRs são parte do nosso projeto de estruturação de mais de 4 mil quilômetros de rodovias federais que serão concedidas à iniciativa privada até o fim de 2022. Os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental já começaram a ser executados pela EPL [Empresa de Planejamento e Logística]. O tempo é curto, por isso o cronograma deve andar muito ajustado. Então, incluímos as BRs 135/316/MA/PI, entre as capitais dos dois estados, com 450,6 km de extensão. Essa obra merece toda a nossa atenção, pois vai contemplar uma região que é a grande fronteira agrícola nacional da atualidade, com crescimento expressivo na produção agrícola como um todo, mais principalmente soja e milho, contribuindo para o desenvolvimento regional do Norte e Nordeste brasileiros.

Quando assinamos a ordem de serviço para o início da duplicação da BR-316/PI, demos início a um resgate histórico, de uma dívida com o estado, pois Teresina é a única capital que não tinha seus acessos duplicados. E a meta é que, ao fim dos trabalhos, ela esteja ligada ao litoral de Alagoas, uma obra que abrange, além de Teresina, 20 municípios em sua área de influência. Essa é uma rodovia fundamental ao escoamento da produção de grãos do cerrado piauiense, assim como de manufaturados e minerais. Algumas entregas na 316 já estão sendo feitas. E temos pressa no andamento dos trabalhos.

Meio Norte – Como está a construção da ferrovia Transnordestina? Quanto as obras recomeçam?

Tarcísio de Freitas – Vamos agendar, no momento oportuno, com brevidade, uma visita com o presidente à Transnordestina, que foi retomada em 2019 por determinação do presidente Bolsonaro. Pouca gente sabe, mas ela está em obras hoje, recebeu mais de R$ 300 milhões de investimento no ano passado e a previsão para este ano é mais R$ 400 milhões, com entrega de 160km de grade, de ferrovia concluída, ligando Eliseu Martins ao Porto de Pecém. Temos interesse em tocar essa obra cada dia mais. Estamos reavaliando a concessão e agilizando os trâmites burocráticos junto à Valec. Em janeiro, aprovamos benefício fiscal de R$ 191 milhões para a continuidade da obra, que tem estimativa de custo total de R$ 6,8 bilhões.

Essa é uma das obras mais importantes. Recomeçamos o trabalho em 2019 entre o Ceará e o Piauí, após tratativas com o player privado CSN, que se comprometeu a investir R$ 257 milhões, de capital próprio, na concessão. Então, estamos empreendendo todos os esforços para que as obras sigam na totalidade da ferrovia. A Transnordestina trará muitos benefícios quando concluída, pois vai alavancar o escoamento da produção da região, aumentar a competitividade agrícola, dinamizar as economias locais e reduzir as desigualdades sociais. Vai possibilitar a redução nos custos de transportes dos produtos dos polos industriais, minerais e de agronegócios existentes na região.

Meio Norte – Como o senhor conseguiu realizar tantas obras no país, como a ponte em Rondônia, em tão pouco tempo e sem denúncias de corrupção?

Tarcísio de Freitas – Desde o primeiro dia do governo Bolsonaro, trabalhamos para entregar a Ponte do Abunã. Demos absoluta prioridade, no Ministério da Infraestrutura, a essa ponte, uma das maiores e mais modernas obras de engenharia executadas na Amazônia, porque é estratégica para a integração nacional. Conectamos o Acre, que era absolutamente isolado, ao sistema rodoviário do país; ligamos de forma definitiva Acre e Rondônia, criando uma via de escoamento à produção, principalmente de soja, que no futuro será também um corredor entre Brasil e o Oceano Pacífico. Foi uma obra impressionante de engenharia sobre o Rio Madeira e, mais que uma ponte, um projeto de integração nacional.

Para realizar esse e outros trabalhos em conformidade com a legislação e os apontamentos de órgãos de controle externo, com total lisura, instituímos há dois anos o Radar Anticorrupção, programa que visa melhorar nossos processos internos e garantir a integridade da administração pública, zerar casos de corrupção envolvendo contratos do MInfra e dificultar fraudes, desvios de conduta e de recursos públicos. Uma iniciativa pioneira, desenvolvida em cooperação com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU).

Meio Norte – O senhor vai disputar o Governo de São Paulo? Por qual partido?

Tarcísio de Freitas – Não sou filiado a partido político algum nem tenho intenção de disputar um cargo eletivo em 2022. Fico feliz em ser lembrado, pois mostra que alguma coisa talvez a gente venha fazendo de certo. Mas o foco no Ministério da Infraestrutura tem que ser essencialmente técnico para que funcione, para conseguirmos unir esforços e viabilizar as obras que precisam ser executadas em todas as regiões do país, fazendo a diferença na vida das pessoas. Se o foco não for técnico, podemos perder os resultados positivos que temos alcançado nessa área, ainda que com cenários desfavoráveis, com restrições devido à pandemia e sérias limitações orçamentárias.

Fonte: https://www.meionorte.com/blogs/efremribeiro/transnordestina-ligando-sul-do-pi-ao-porto-de-pecem-sera-entregue-este-ano-355957

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